Embora a discussão em torno da nomeação dos novos membros eleitos para o Conselho de Cultura fosse, obviamente, desnecessária, por considerar que era somente dar cumprimento a uma lei municipal vigente - que institui o colegiado - uma reunião realizada na manhã da última quarta-feira (21), na sede da Secretaria Municipal de Comunicação Social e Relações Institucionais fez com que, de certo modo, o diálogo avançasse entre o poder executivo, artistas e vereadores rumo à posse dos conselheiros eleitos em março deste ano. A proposta sugerida pela Prefeitura de Jequié (para inserção de 10 novas indicações do poder público) foi aceita pela comissão PlenaCultural, embora a incorporação das representações passe a vigorar a partir do próximo mandato, mediante nova discussão com os conselheiros eleitos junto ao executivo e legislativo. O vereador "Soldado Gilvan" defendeu que não há mais o que discutir sobre o assunto em tela, segundo ele, a posse deve ser dada imediatamente pela prefeita Tânia Britto, nos moldes em que dispõe a lei que institui o conselho em Jequié, sob pena do município incorrer no crime de prevaricação, ou seja, deixar de cumprir com uma lei vigente no município. Para o vereador "Neto da Água" a Prefeitura tem que acabar com o descaso que o município de Jequié vem dispensando à cultura local, nomeando um secretário para a pasta e fazendo com que a secretaria funcione como deve, com técnicos capacitados. De acordo com o diretor de Programas e Projetos da Secretaria de Cultura e Turismo, Sérgio Mehlem, muitos cargos foram nomeados por indicação de vereadores, coisa que não deve ocorrer na Cultura por tratar de área muito técnica: "Já virou uma praxe, querem nomear alguém e não tem onde colocar mandam pra Cultura... Estou só na secretaria, não tenho técnicos trabalhando comigo... Acho que o empecilho para o governo está sendo a minha presença, se quiserem coloco o meu cargo à disposição... Fui convidado para ser secretário e não para assumir um cargo de diretor", desabafou Mehlem. O professor Gidásio Silva, membro da comissão PlenaCultural, completou: "É preciso que seja nomeado um secretário para a pasta. Não estamos aqui defendendo o nome de Sérgio, isso é o governo quem resolve, mas a Cultura não pode ficar como está, até hoje não sabemos direito à quem nos reportar em relação ao setor". Em meio aos desabafos e cobranças pela implantação de uma política cultural transparente e democrática no município, o secretário de Comunicação e Relações Institucionais, Alexandre Almeida, falou do comprometimento da prefeita Tânia Britto para com as questões culturais e disse que dará encaminhamento ao que foi explanado na reunião, para que a prefeita decida o quanto antes e acabe de uma vez com toda a celeuma pela qual vem passando o setor cultural. Por ora, a comissão - que não deve se confundir com oposição sob qualquer influência partidária - aguarda com ansiedade pelas resoluções a serem tomadas pelo executivo, visando recuperar os quase oito meses de total inércia no setor, retomando o apoio público às atividades culturais e colocando o município de Jequié em uma situação viável para a produção criativa. Alysson Andrade - Blog Enfoque Cultural