Universidade Estadual do Rio De Contas – UNERC: a saga de uma universidade.
06/10/2011
E, se um dia você também se perguntar durante muito tempo por que lutar? Você será derrotado como os outros o foram. Então, lute! Conquiste! (Bertolt Brecht)
A luta por uma universidade estadual independente – a UNERC - para Jequié e região deve continuar. Continuar até a sua conquista. Não se deve esquecer que essa luta não começou agora. A reivindicação por essa universidade pública tem inicio já nos anos 60. Nessa década, aqui já se pensava em transformar a Cidade Sol em uma Cidade Universitária - cidade modelo para o ensino superior no interior baiano -, com o trabalho do educador, o Professor Dr. Milton de Almeida Rabelo, e outras personalidades da área política e educacional.
Os jequieenses não podem abrir mão dessa tão importante conquista, sob pena de ver a sua cidade sem muitos avanços no ensino superior - no atraso; dependendo tão somente de Vitória da Conquista. E de ver também Jequié ficar em desvantagem em relação aos municípios que já têm a sua universidade pública e autônoma: Itabuna – atualmente já contando com duas universidades (a UESC e a UFSULBA); Feira de Santana – que, além de ter uma universidade estadual (a UEFS), também já conquistou um campus da UFRB; Barreiras – que, a partir do campus da UFBA, acaba de conquistar a sua universidade federal (a UFOBA); Vitória da Conquista – que já possui uma estadual (a UESB) e brevemente será a sede da Universidade Federal do Sudoeste da Bahia. Isto porque, nesta cidade, já está instalado um campus da UFBA e, por conseguinte, a mesma possui uma infraestrutura consolidada para ser a sede de mais uma instituição de ensino superior federal.
Alguns que antes lutavam pela criação da UNERC arrefeceram sob a justificativa de que o governador Jaques Wagner não expõe mais a vontade política de criar a quinta universidade estadual. Esquecem essas pessoas que a vontade política de um governo só é exercida quando o povo e todas as forças políticas vigentes – deputados, vereadores e prefeito - unem-se e lutam (mobilização das massas) em defesa de uma causa. O que fizeram e estão fazendo as sociedades itabunense, barreirense, feirense e a conquistense. Afora isso, o tempo do Senhor Jaques Wagner vai passar, e outros governadores virão. Esperamos que o próximo governo seja um político com ampla visão de educação e ciência.
Lamentavelmente, o egoísmo, o desconhecimento de causa, a estupidez e o obscurantismo têm dominado as mentes de alunos, professores e servidores do campus de Jequié, bem como as mentes de pessoas da nossa sociedade, quanto à questão do desmembramento do nosso campus. Para estes aplica-se perfeitamente um dos pensamentos de William E. Channing: De todas as traições contra a humanidade, nenhuma é pior de quem utiliza sua força intelectual para impedir o desenvolvimento de outros. Argumentam essas mentes retrógradas e anti-desenvolvimentistas que: a UESB é indivisível; se a UNERC for criada a UESB vai acabar; no mercado de trabalho o diploma da UNERC terá um peso menor que o da UESB; os políticos de direita estão por trás da criação da UNERC; a UESB é uma universidade de tradição e a separação prejudicará os estudantes e professores; Não está havendo debates sobre a criação da UNERC etc. Aproveitando esses argumentos de quem não têm nenhuma noção crítica da real concepção de universidade e se contentam com a subserviência e o atraso de Jequié em relação à Vitória da Conquista e outras cidades, indagamos: Por que a UFBA está sendo dividida? Já foram criadas, a partir da mesma, a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e a Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOBA). A UFBA acabou? Os diplomas dos estudantes que estão se graduando na UFRB estão sendo rejeitados no mercado de trabalho? Os políticos de direita não influenciaram a criação dessas novas universidades? Em nome da tradição de uma universidade não se pode criar outras universidades que no futuro também serão tradicionais? Por que os que são contra não propõem um fórum de discussão sobre a criação da UNERC?
Diante da gravidade da situação, agora, mais do que nunca, é preciso que a sociedade jequieense se levante e lute em defesa do seu progresso. Esta sociedade não pode mais ficar à mercê de indivíduos (muitos deles oriundos de outras cidades) que são contra o seu desenvolvimento educacional. Você, que é jequieense e ama a sua terra, no dia 25 de outubro, dê um presente à mesma, engajando-se na luta por uma universidade estadual independente para Jequié e região – UNERC.
Professor Jorge Barros
Presidente da Comissão de Mobilização Pró-UNERC