Conhecida por todos como Dona Moça, Faraildes Rodrigues Villas Boas faz jus ao apelido. Nascida na Fazenda Graciosa, zona da Serra Verde (município de Boa Nova) e radicada em Jequié, possui 94 anos de idade, mas com o espírito de uma jovem desbravadora. Teve quatro filhos, tem doze netos e nove bisnetos. O neto mais conhecido é o querido Pe. Tom, pároco por muito tempo da Catedral de Santo Antônio. Esta quase centenária possui um ritmo invejável; cuida das plantas e da casa, costura, faz crochê e ainda tem tempo para cozinhar. Se alimenta de tudo, mas sem exageros. Vaidosa, usa batom, blush, pinta as unhas, mas nunca o cabelo. Sem um fio branco, as madeixas são um brilho só, sempre bem cuidadas. Apreciadora de uma boa música romântica, também já passeou pela literatura, quando publicou o livro “Histórias de uma Família”, com a capa ilustrada pela própria. A intenção foi registrar às próximas gerações quão era importante a família no seu tempo. Dona Moça ainda é a matriarca, uma fiel conselheira aos filhos e netos. Vendo a sua filha Edésia utilizar o computador, logo despertou o seu interesse. Se distrai com alguns jogos do PC, a “paciência” é o game que mais gosta. Os poemas que mais lhe interessa também são transcritos para a máquina, numa forma de tê-los ainda mais próximos. É polêmica quando fala que o governo está errado em dizer que criança não pode trabalhar: “A criança precisa brincar, estudar e trabalhar. Assim não sobrará tempo para fazer coisas erradas, com a cabeça ocupada não haverá espaço para cometer os erros que muitas fazem hoje em dia”, finaliza Dona Moça. Entre os diversos locais que já visitou no país a Amazônia foi o lugar que mais gostou, a imensa vegetação a fez se recordar da saudosa Fazenda Graciosa, lugar de muito orgulho para ela. Com o mérito de uma vida bem construída, Dona Moça deixa uma mensagem: “Gostaria que todos fossem mais humanos, que as pessoas tivessem mais fé. A sabedoria do homem está destruindo o mundo, é preciso ter união e fé em Deus”. Dimas Lelis Editor