Iracema Miller, cantora e compositora jequieense, fala um pouco da sua história e do seu novo trabalho.
06/12/2006
JN: Conte uma pouco da sua história, de como começou o desejo de cantar e de como enxerga a situação da música nacional hoje em dia.
Iracema: Existe uma genética por trás desse dom e desejo musical.
Sempre ouvia meu tio Carlos Éden, músico e cartunista, tocar junto ao meu primo Zezinho Magalhães, seu “discípulo” e a partir daí fui conhecendo; Beatles, Elvis, Rolling Stones, Janis Joplin e muito blues. Além de muita música brasileira, como; Luis Gonzaga, Jacob do Bandolim, Chiquinha Gonzaga, etc. Depois de certo tempo passei a ouvir artistas mais atuais, por exemplos de: Marisa Monte, Alanis Morrisset, The Cranberries, Zeca Baleiro. Enfim, comecei processar e filtrar músicas de boa qualidade.
E em relação ao eclético meio musical brasileiro, hoje percebo que no cenário nacional nós não temos novos mitos comparados aos brasileiros citados acima. Considero que a MPB hoje está numa fase de transição em que sinto falta de algo revolucionário, inteligente e inovador.
JN: Recentemente você lançou um CD (demo). Que estilo de melodia e de composições os ouvintes escutarão neste disco?
Iracema: Nesse CD as pessoas encontrarão uma tendência em que defino pop/rock/acústica, com uma linha melódica doce e algumas vezes agressiva. Resultado de experiências afetivas, sociais, pessoais e familiares que aconteceram na minha vida. Duas faixas do disco podem ser encontradas no site: www.iracemamiller.multiply.com, e o disco pelo número: (73) 8805-4535/ 3525-2719.
JN: Existiu algum apoio para realização deste demo e, aproveitando o ensejo, você acha que os músicos jequieenses recebem apoio, seja privado ou público, para fomentar seus trabalhos?
Iracema: O apoio financeiro partiu dos meus pais e uma pequena parcela de mim. Nós artistas, geralmente recebemos quando gravamos algum material, apoio das rádios no processo de divulgação e de algumas empresas com pequenos patrocínios.
O que realmente Jequié precisa é de um órgão gestor que impulsione os trabalhos de nossos artistas, pois este sozinho, não conseguirá administrar a sua carreira, dificultando o seu acesso ao mercado musical.
JN: A prefeitura municipal contratou a cantora Marjorie Estiano para se apresentar no dia 23/12 à população jequieense. Você acha uma boa contratação observando tantas outras possíveis atrações?
Iracema:Não entendi muito o porquê da contratação da artista em meio de tantos outros mais consagrados, ainda sabendo que o custo de uma apresentação como essa não é baixo. No entanto, o governo deveria trazer um artista mais consolidado da MPB, nem será preciso citar nomes, porque sabemos da nossa riqueza musical, temos um “menu” diversificado e riquíssimo.