Dos 117 anos de emancipação política que Jequié completa no dia 25 de outubro deste ano, 94 deles tem o senhor Joventino Santana como Jequieense. Apelidado nas épocas áureas por Jove Grosso – levando em conta o seu porte viril – foi peça peculiar na construção da cidade. Jove Grosso botou a mão na massa nas construções do Colégio Castro Alves (hoje museu João Carlos Borges), na Ponte Teodoro Sampaio, mais conhecida como Ponte do Mandacaru, na Agência dos Correios e no Hospital Prado Valadares. Criado numa família de trabalhadores, seu irmão, Manoel Jovino Santana (em memória), foi mestre de obras na construção da Catedral de Santo Antônio. Sr. Joventino tem hoje 25 filhos, resultado do relacionamento com quatro ex-companheiras. Bom de papo costuma contar os casos do passado com eximia precisão de detalhes, enumerando os amigos e conhecidos – uns que já se foram e outros que ainda estão por ai. Quem escuta aquele senhor de 94 anos tem a impressão que ele não passa dos 25. Lúcido e com alma jovial, Jove Grosso diz que as noites festeiras eram a sua melhor morada... Foram nelas, no jogo de cartas, que ele perdeu quase tudo que conseguiu juntar – uma situação financeira até então bem estabilizada, proprietário de imóveis, terrenos entre outros bens. Hoje em dia o Sr. Joventino recebe “uma pequena aposentadoria” – como o próprio diz – pela idade e mora de aluguel. Mesmo debilitado pela perda de uma das pernas, faz tudo sozinho, inclusive circula pelo centro da cidade com a sua cadeira de rodas, sempre esbanjando força e coragem para viver, não reclamando da vida e acima de tudo com astral digno de grande admiração. Dimas Lelis Editor