Sergio Mehlem, novo Sec. Mun. de Cultura e Turismo, bate um papo interessante conosco.

15/03/2013

JN: Em dois mandatos do então prefeito Roberto Brito você assumiu a pasta da Cultura em Jequié, que era nominada Diretoria de Cultura. Como você enxerga a mudança de status de Diretoria para o de Secretaria, como é hoje em dia, em relação às possibilidades de desenvolvimento para setor? Mehlem: Vale a pena citar que antes do primeiro mandato do Dr. Roberto Britto a Cultura em Jequié era marginal. Nesses dois mandatos o setor deu um salto de importância dentro da administração municipal. Posteriormente a esse período o setor surgiu em forma de Secretaria, muito por força das novas políticas públicas de cultura desenvolvidas pelos governos federal e estadual e pelo tamanho da sua importância na vida social da cidade. Porém nos dois mandatos seguintes o setor perdeu o foco e hoje eu recebo a Cultura de Jequié completamente destruída, violentada, saqueada, tendo que recomeçar do zero e se reconstruir. JN: Já existe um planejamento traçado para a Cultura de Jequié? Se sim, poderia nos dar alguns detalhes de como ele será desenvolvido? Mehlem: Sim, primeiro recuperar os equipamentos culturais da cidade como o Teatro Municipal, a Casa da Cultura, a Biblioteca Newton Pinto de Araújo, o Museu de Jequié, as Velas Culturais e reestruturar programas, projetos e eventos do setor. JN: Você que residiu e trabalhou nos últimos anos na cidade de Porto Seguro – cidade notadamente turística –, conseguiria trazer exemplos positivos de lá para serem implantados no turismo jequieense, levando em conta o potencial ecológico entre eles as cachoeiras, os morros, a barragem do Cajueiro e a bacia hidrográfica da Barragem das Pedras? Mehlem: De Porto eu via Jequié e suas potencialidades, o nosso olhar também passa pelo turismo e suas transformações. Em Porto Seguro fui diretor da Secretaria de Turismo e aprendi muito com este seguimento, espero contribuir também com a estruturação do setor do turismo em Jequié. JN: Se tratando de evento comemorativo, sabe-se que o São João de Jequié é uma das maiores – senão a maior – fonte de renda para o comércio da cidade, e também a que mais gasta recursos públicos. Você acha que é possível criar novos eventos como meio de contribuir com a arrecadação ou acredita que é preciso dar foco apenas na festa junina? Mehlem: Em outubro para o aniversário da cidade é nossa intenção realizar a primeira virada cultural, possivelmente em homenagem ao nosso poeta maior Wally Salomão, com a participação dos artistas locais e convidados especiais do universo musical do Wally . JN: Ainda falando de São João, muitos artistas da terra estão bastante queixosos quando se fala da contratação de atrações para a festa, eles relatam que estão sendo sempre preteridos. Qual a mensagem que pode ser passada para toda essa importante camada cultural da nossa terra? Mehlem: É nossa preocupação prestigiar todos os artistas, no entanto teremos alguns critérios a observar, como por exemplo, a comprovação pública da existência da banda musical para que não ocorra como nos anos anteriores, onde se observou o fenômeno das bandas instantâneas, criadas apenas para o evento. JN: A administração municipal passada deixou muito a desejar quanto à questão cultural. Qual a mensagem que você deixa a todos que estão desacreditados para uma possível melhora no setor? Mehlem: Reconstruir, com todos e para todos, artistas e plateias. O tempo e o trabalho mostrarão que estamos no caminho certo. O governo da nossa prefeita Tania Britto é acolhedor e fará as transformações que Jequié tanto clama.