Roberto Paulo Machado Lopes possui graduação em Ciências Econômicas – Economia pela Universidade Federal da Bahia – UFBA (1988), mestrado em Economia pela Universidade Federal da Bahia (2001) e é doutorando em Planificación Territorial y Gestión Ambiental pela Universidade de Barcelona – Espanha (2008). Até o presente momento atuou como Assessor Especial de Finanças e Planejamento e professor assistente da Universidade do Sudoeste da Bahia – UESB, professor das Faculdades Integradas Jequié – FIJ e professor da Faculdade Independente do Nordeste – FAINOR. Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Macroeconomia Keynesiana, atuando principalmente nos seguintes temas: desenvolvimento local, serviços de educação, desigualdade e pobreza, cluster e crescimento econômico. Tem um livro publicado, além de diversos trabalhos publicados em revistas especializadas. JN: Muitas pessoas não tem conhecimento do quanto é importante a Fapesb em nosso estado, na verdade, muitos nem sabem sobre a existência deste órgão. Poderia nos dizer o que compreende o exercício da Fundação? Paulo: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – Fapesb tem como missão fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico do Estado, através do incentivo ao desenvolvimento da pesquisa científica e tecnológica e do apoio à formação e a capacitação de pessoal técnico especializado em ações e atividades de pesquisa, ciência e tecnologia. Empenhada em contribuir para a transformação da realidade sócio-econômica do Estado, a Fapesb trabalhou em 2008 na construção de novas parcerias que pudessem garantir mais recursos para investimentos em ciência, tecnologia e inovação. Neste sentido, manteve convênios com importantes órgãos federais como: Ministério de Ciência e Tecnologia – MCT, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e tecnológico – CNPq, a Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP, o Ministério da Saúde – MS e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES. Constituiu ação prioritária da Fundação o apoio financeiro a programas e projetos que contribuíssem para o desenvolvimento científico e tecnológico do Estado, priorizando os dois Eixos de Desenvolvimento: A) Desenvolvimento Social Focando Educação e Saúde com Equidade e B) Crescimento Econômico com Geração de Emprego e Distribuição de Renda. Inseridas nesta ação, estão seus oito Programas: Programa de Apoio Regular, Programa de Bolsas, Programa de Fixação de Doutores – PRODOC, Programa de Infra-Estrutura, Programa de Cooperação Nacional e Internacional, Programa de Popularização da Ciência e Tecnologia, Programa Bahia Inovação e Programa de Políticas Públicas (Editais Temáticos). Além disso, a Fapesb apoia projetos em áreas consideradas estratégicas pela política de ciência, tecnologia e inovação - CT&I para o pleno desenvolvimento do Estado da Bahia. Estrutura A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia - FAPESB, instituição de direito público, foi criada em 27 de agosto de 2001, através da Lei Nº 7.888, com o objetivo de estimular e apoiar o desenvolvimento das atividades científicas e tecnológicas do Estado. A Lei N° 8.414, de 02 de janeiro de 2003, vincula a FAPESB à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação – SECTI. A FAPESB é constituída por um Conselho Curador, Diretoria Geral, Científica, Inovação e Administrativa. O Conselho é composto de 12 membros, que representam as Universidades, Centros de P&D, Setor Empresarial, Comunidade Acadêmica e Governo Estadual. Integrada às ações implementadas pelas Fundações similares nos demais Estados da Federação e orientada pela Política de Ciência Tecnologia e Inovação para o Estado da Bahia, a FAPESB vem buscando a inserção plena da ciência e da tecnologia na solução de problemas econômicos e sociais que afetam o desenvolvimento sustentável da economia baiana. A Fundação acredita que o estímulo à capacitação tecnológica e a ampliação do capital intelectual são os principais vetores do desenvolvimento econômico e da elevação do nível da qualificação de vida da população. JN: Recentemente o Sr. divulgou que a nova política da Fapesb será aumentar a atuação do órgão no interior da Bahia. Já existe um estudo sobre as cidades que poderão ter um destaque nesta atuação? Paulo: Inicialmente seriam contempladas as cidades com grande influência regional como Salvador, Feira de Santana, Jequié, Vitória da Conquista, Juazeiro, Barreiras, Itabuna, Bom Jesus da Lapa, Camaçari e outras. As instalações dos centros se dariam ao longo do tempo e de forma permanente. JN: De que maneira seria o processo de instalação desses Centros de Estudos no interior? Os centros de Ciência foram, inicialmente, pensados a partir de uma proposta a ser encaminhada para a Assembléia pelo Deputado Euclides Fernandes, que via limitação da capacidade de atender a todas as escolas com laboratórios e equipamentos para uma aula, com qualidade, das mais diversas ciências. A partir daí ele pensou em um centro, bem equipado, que pudesse atender as escolas públicas de toda uma região com aulas programadas. Os Centros de Ciência constitui-se em um ambiente propicio para educação e popularização da ciência. Trata-se de um espaço adequado e equipado para aulas das mais diferentes ciências além de ser o lócus para exposição (demonstração/simulação) dos resultados de pesquisas científicas e de processos/produtos inovadores, especialmente àqueles apoiados pelo Governo do Estado da Bahia. Enquanto espaço para aulas das mais diferentes ciências os Centros de Ciência serão dotados de laboratórios e equipamentos para a educação e disseminação do conhecimento e da cultura científica através de aulas práticas e teóricas e apresentação de vídeos. Objetivos > Criar um ambiente propício para o desenvolvimento, disseminação, exposição e popularização do conhecimento da ciência, tecnologia e inovação no Estado da Bahia. > Construir espaços dotados de equipamentos e meios necessários para aulas de ciências com qualidade. > Ensinar a ciência por meio de práticas educativas que permitam ao aluno vivenciar e experimentar o conhecimento científico e tecnológico em suas múltiplas dimensões. > Apoiar projetos e ações inovadoras voltadas para o desenvolvimento de novas tecnologias da educação. > Contribuir para a melhoria da qualidade da educação básica. > Promover a inclusão social por meio do acesso e da difusão do conhecimento científico. > Subsidiariamente, contribuir para o desenvolvimento de práticas que permitam o fortalecimento da base científica, tecnológica e de inovação no Estado da Bahia. O Projeto será desenvolvido em parcerias entre a Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC), a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (SECTI), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) e as Prefeituras dos Municípios envolvidos. JN: O Sr. já lecionou por muitos anos em Jequié e deve conhecer um pouco a cidade. Observando-a sob o ponto de vista econômico, teria condições de nos dizer como o município poderia ter um desenvolvimento maior? A cidade de Jequié tem um grande potencial econômico em todos os setores de atividades. Mas gostaria de destacar o setor de serviços, especialmente os de saúde e educação. Estes serviços constituem-se, hoje, no principal instrumento de influência de Jequié em sua região de articulação. Como pólo regional a cidade de Jequié tem um grande potencial, ainda não explorado, que é nos serviços de lazer e entretenimento, que vai desde shows, cinemas e até um Shopping Center, como um lugar central de muitas atividades de serviços. A futura criação da Universidade do Médio Rio das Contas e a recente criação do curso de Medicina, tem o poder de no futuro precipitar uma inflexão no desenvolvimento de Jequié e Região.