Ricardo Britto, diretor da 105 FM, fala do retorno da rádio às atividades
12/05/2016
JN: A 105 FM estará de volta à frequência radiofônica da cidade de Jequié em breve. Por que a rádio havia saído do ar? Qual a previsão para o retorno?
Ricardo Britto: A 105 FM foi a primeira rádio comunitária a ter autorização para executar serviço de radiodifusão em Jequié. A Portaria de Autorização nº 664/2001 foi publicada no Diário Oficial da União em 28/11/2001. O referido ato de autorização foi deliberado pelo Congresso Nacional, conforme Decreto Legislativo nº 1020/2004, publicado no Diário Oficial da União em 18/11/2004. Durante 10 anos fomos fiscalizados pela ANATEL e nesse período nunca foi constatada nenhuma infração.
Acontece que houve um erro no projeto original, ao informar coordenadas geográficas e que só foi descoberto após 10 anos. Por isso tivemos o transmissor lacrado pela ANATEL.
Agora, através da Portaria nº 1.500, de 14 de abril de 2016 a Coordenadora-Geral de Radiodifusão Comunitária, do Departamento de Outorga de Serviços de Comunicação Eletrônica, do Ministério das Comunicações autorizou a Associação Assistencial Rio de Contas a transferir o local de instalação do sistema irradiante da Travessa Antônio Orrico, bairro São José para a Rodovia Jequié Vitória da Conquista, bairro Km 4.
Estamos na fase de reforma do imóvel e instalação de torre e equipamentos. Acreditamos que dentro de 45/60 dias estaremos no ar.
JN: Quais são as características de uma rádio comunitária?
Ricardo Britto: O Serviço de Radiodifusão Comunitária foi criado pela Lei 9.612, de 1998, regulamentada pelo Decreto 2.615 do mesmo ano.
Uma rádio comunitária é um tipo especial de emissora de rádio FM, criada para proporcionar informação, cultura, entretenimento e lazer a pequenas comunidades.
Trata-se de uma pequena estação de rádio, que dará condições à comunidade de ter um canal de comunicação inteiramente dedicado a ela, abrindo oportunidade para divulgação de suas ideias, manifestações culturais, tradições e hábitos sociais.
Ela deve divulgar a cultura, o convívio social e eventos locais; noticiar os acontecimentos comunitários e de utilidade pública; promover atividades educacionais e outras para a melhoria das condições de vida da população.
Uma rádio comunitária não pode ter fins lucrativos nem vínculos de qualquer tipo, tais como: partidos políticos, instituições religiosas etc.
JN: Em termos musicais, a 105 FM foi considerada por muitos como uma rádio diferenciada – já que trabalhava conceitos não tanto divulgados em outras emissoras, levando sempre em conta a qualidade musical. A proposta desta vez continua a mesma?
Ricardo Britto: Sim, continuamos com a mesma proposta de programação musical e vamos ampliar os projetos sócio culturais em parceria com a comunidade.
JN: Sobre a formatação da equipe e programas, como será formulada?
Ricardo Britto: Estamos montando a grade de programação. Como somos uma rádio comunitária, trabalhamos com voluntariado, inexiste remuneração. Neste trabalho de reinicio das atividades da emissora, estamos contando com a solidariedade e valiosa ajuda dos amigos Benedito Sena, Júlio Lucas, Luiz Moreira, Wilson Senhorinho entre outros. Em breve esperamos abrir espaço para selecionar os comunicadores - locução e reportagem - com candidatos da própria comunidade. Sabemos que locutores e repórteres de rádio de nossa cidade começaram na 105 FM, se profissionalizaram e hoje fazem sucesso em rádios comerciais
JN: Este espaço está aberto para você falar um pouco mais sobre a rádio e fazer um convite a todos os nossos internautas.
Ricardo Britto: Estamos empenhados em realizar um trabalho que possa principalmente manter o espírito de partilha e solidariedade como base, que possa contagiar e integrar a comunidade nesse nosso trabalho. Estaremos dispostos a ouvir e abrir oportunidade para divulgação de ideias, manifestações culturais e demandas. Levar para a comunidade uma cesta composta de boa música, diversidade, cultura, educação, entretenimento e informação.