Reinaldo Pinheiro, ex prefeito desta cidade sol, explorando o seu lado criativo nesta saudosa crônica. Clique e saiba mais
24/06/2020
Nessa época, outroura, passados os festejos de Santo Antônio, 1 a 13/06, ia chegando a expectativa do São João. Lá em casa não era diferente! Mamãe providenciava o essencial: canjica, milho cozido, bolo, doce de jenipapo em bolinhas cristalizadas e licor. A visita que chegasse tinha algo a oferecer. A fogueira eu sempre fazia com papai. Nossa fogueira era simples, feita da mesma lenha que era usada no fogão da cozinha, mas papai construía com esmero. Ficava bonitinha, arrumada! Os fogueirões da rua ficavam por conta das de seu Vino, seu Arlécio e seu Miguel Bahiense. Vez por outra, os Js (2 e 3) iam buscar uma arvorezinha na fazenda de seu Nicodemus pra servir de ramo, colocado ao lado da fogueirinha. Enfeitava, ficava legal! Nossa rua não era calçada, facilitava a armação das fogueiras. A noite era uma festa! Todos (os sete) de roupa nova, fogueiras acesas, chiados de foguetes, pipocar das bombas, balões coloridos no céu, Luiz Gonzaga cantando nos rádios e radiolas. Nessa noite dormia-se mais tarde. O J1 soltava foguete com maestria! Os Js 2 e 3, creio, já beliscavam um licorzinho. Hi hi hi, Eu, não. Fundava na canjica coberta de canela e nas bolinhas de genipapo. Era bom! Por isso, lembro e sinto como se fosse hoje. Fogueiras não queimam saudade!
Reinaldo Pinheiro