Presidente da Fundação Frei Luiz, Ilka Borges, fala conosco sobre a situação da entidade.
01/12/2016
JN: Recentemente a Fundação Frei Luiz entrou com uma ação no Ministério Público da Bahia contra a Prefeitura Municipal de Jequié por conta de atrasos no pagamento de salários dos funcionários da instituição, fato que ensejou a interrupção dos serviços da Creche Sto. Antônio. Como a situação se encontra atualmente?
Ilka Borges: A Fundação Frei Luiz - Creche Santo Antônio, lamentavelmente, encerrou suas atividades pedagógicas de forma antecipada, no dia 11 de novembro deste ano, em razão dos atrasos constantes no pagamento dos salários dos funcionários contratados pela empresa Terceira Visão, responsável por terceirizar mão de obra para o Município de Jequié.
Tal fato foi levado ao conhecimento do Ministério Público da Bahia, assim como outras situações que demonstram o descaso deste Município com a educação infantil. Foi relatado à Promotoria de Justiça desta cidade o atraso de mais de seis meses no pagamento das remunerações de funcionários da creche, bem como a gradativa redução no quadro de professores, auxiliares de sala e profissionais de serviços gerais, além da omissão do Poder Público quanto ao pagamento de despesas indispensáveis ao funcionamento da Creche, como aluguel, sem falar no fornecimento insuficiente de produtos de limpeza e higiene, e demais itens pedagógicos imprescindíveis aos cuidados com as crianças.
Os funcionários prejudicados pelo atraso de mais de seis meses no pagamento dos seus salários tiveram que ajuizar reclamações trabalhistas para terem assegurados seus direitos. Contudo, este não é o único problema no funcionamento da Creche Santo Antônio, que necessita de mais funcionários, materiais e serviços para o desempenho da atividade pedagógica, como apontado. Apesar de todos os problemas, temos esperança de que a situação seja regularizada no próximo ano, por isso não interrompemos as matrículas escolares para 2017, as quais já estão sendo feitas para os alunos da Creche Santo Antônio, enquanto para as crianças novatas as matrículas terão início no mês de janeiro.
JN: Para que as pessoas possam entender um pouco mais sobre o papel da Prefeitura em relação à Frei Luiz, como funciona esse vínculo?
Ilka Borges: O Município de Jequié, por meio de sua Secretaria de Educação, assume, através de convênio, o dever de fornecer à Fundação Frei Luiz - Creche Santo Antônio:
professores; auxiliares de sala; funcionários de suporte (serviços gerais, porteiro, cozinheiros, lavadeira); materiais pedagógicos; materiais de higiene e limpeza; alimentos. Para suprir a escassez dos materiais citados, foi necessário contar com a ajuda da sociedade civil, através de doações de particulares.
JN: Qual o quantitativo de pessoas que a Fundação atende atualmente?
Ilka Borges: Atualmente, a Fundação Frei Luiz - Creche Santo Antônio oferece atividade pedagógica a 70 crianças, com funcionamento de segunda a sexta, das 7:00 às 17:00 horas, fornecendo 5 refeições e, em regra, 2 banhos diários para cada criança, ressalvado o berçário, que tem alimentação e higiene diferenciadas.
Além da atividade pedagógica, a Fundação Frei Luiz acompanha 25 gestantes, entre os meses de março a junho de cada ano, com palestras semanais e entrega do primeiro enxoval. Há, ainda, atendimento médico para as crianças, além de acompanhamento semanal com psicóloga e psicanalista para crianças e familiares que necessitarem, sem falar na entrega de cestas básicas em visitas aos lares destas famílias.
A assistência odontológica para as crianças foi interrompida neste ano, pela falta de espaço físico para o consultório no imóvel atualmente alugado pela Fundação.
JN: Para aqueles que quiserem contribuir, como fazer?
Ilka Borges: Recebemos doações de valores, alimentos, roupas, fraldas, material de limpeza, material de higiene, dentre outros produtos.
Para tanto, favor entrar em contato conosco através dos contatos:
Telefones: 73 3527-8597 ou 73 991343106 / 981491238 / 988625843.
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