Prefeito em exercício fala sobre Jequié: “Terra arrasada. Um caos. Cenário de guerra...”

19/05/2016

Parte do tempo do prefeito em exercício Sérgio da Gameleira e de sua equipe de governo tem sido dedicada, desde que assumiu o comando da Prefeitura de Jequié em 06.05.16, a levantar a situação do Município a fim de encontrar soluções imediatas para efetuar pagamentos a funcionários, fornecedores e prestadores de serviços, muitos deles com até seis meses de atraso, o que compromete o bom funcionamento dos serviços ofertados a população. Em entrevista ao Site Bahia Notícias, publicada nesta terça-feira, 17, o prefeito mira a ‘metralhadora giratória’ para a gestão da prefeita afastada Tânia Britto, a que dirige as mais duras críticas. Perguntado como ele definiria a situação da prefeitura, Gameleira responde: “Terra arrasada. Um caos. Cenário de guerra. A população de Jequié vai pagar um preço muito alto por conta da irresponsabilidade que esse pessoal praticou aqui nesses três anos e quatro meses de gestão. Nós vamos contratar uma empresa de auditoria para auditar todos os débitos, porque eles utilizam do expediente de pressionar as pessoas. Desde o dia que nós assumimos (dia 6 de maio), muitos donos de carros locados não vieram trabalhar”. DENÚNCIAS As denúncias são uma mais grave do que a outra. Sérgio da Gameleira diz ter descoberto valores astronômicos de débitos com locação de veículos. “Nessa gestão, duas empresas prestavam o serviço: uma atendia a área de saúde e outra servia para a gestão toda. Chegamos a diagnosticar 49 veículos em uma secretaria, só que apenas 19 prestavam serviço”, relatou o prefeito ao BN. Na sequência, o entrevistado disse ter detectado vários funcionários fantasmas. “Só na Secretaria de Governo e na Secretaria de Administração – que são pequenas – encontramos 25 funcionários de serviços gerais, sendo que apenas dois compareciam e trabalhavam desde o início da gestão”, informou. E acrescentou: “Nós encontramos um rombo na previdência municipal da ordem de R$ 70 milhões a R$ 80 milhões. É outra prefeitura em termos de gastos. A gente não vai se precipitar nesse caso, mas vamos auditar para saber onde ocorreram esses desvios”. DÍVIDAS ACUMULADAS Além de débitos com terceirizados (muitos com até seis meses de atraso), servidores contratados pelo Reda, estagiários e cargos de confiança também estavam sem receber seus proventos. “A gente só não acertou o pagamento dos cargos comissionados porque não há dinheiro em caixa”, disse ao se referir a pagamento que já foram efetuados. O prefeito de Jequié disse ao BN que existem muitas dívidas como uma de mais de R$ 6 milhões com a Coelba e outra de mais de R$ 2 milhões com a Embasa. “Olha, não tem condição de pagar tudo. Nós vamos convocar os fornecedores e pagar o que realmente devemos. Quando eu assumi não podia abastecer um litro de combustível. A dívida era de mais de R$ 600 mil. Se não tiver nenhuma notícia positiva, infelizmente vamos ficar impossibilitado de manter a frota própria do município que, diga-se de passagem, está sucateada. Tem mais de um ano e meio que a prefeitura não tem contrato para manutenção de sua frota”, completou. Matéria reproduzida do Blog Jequié e Região. Foto: Blog Jequié e Região