Pe. Vitor de Menezes fala conosco sobre os Festejos de Stº Antônio entre outros assuntos.

21/05/2012

JN: Nestes quase dois anos e meio como pároco da Catedral de Santo Antônio, levando em consideração as questões sociais do nosso município, como o senhor enxerga este quesito? Pe. Vitor Jequié, como a maioria dos municípios brasileiros tem uma dívida social grande com a classe menos favorecida. A prova disso é o alto índice de violência: “A paz é fruto da justiça!” Todos se queixam da falta de segurança: assaltos, roubos, maus tratos à criança e ao adolescente como também às pessoas idosas, drogas, violências, trânsito caótico, assassinatos, estupros, maus tratos no relacionamento público e até doméstico já fazem parte do quotidiano de Jequié. Isso tudo constitui um grande desafios para todos nós que amamos a nossa cidade e queremos que ela continue sendo um lugar bom de viver. É certo que muitos atos violentos não são levados ao conhecimento dos policiais nem dos noticiários jornalísticos. Essa é uma das bandeiras que o “Movimento Jequié pela paz” está assumindo. Em breve criaremos um disque denúncia para que as pessoas possam fazer as suas denúncias. Faremos também, através dos meios de comunicação, um apelo para que as pessoas prestem queixa nas delegacias das violências sofridas para termos argumentos para cobrar ações concretas dos poderes públicos no que se refere à construção da paz em nossa cidade. A Campanha da Fraternidade promovida pela CNBB deste ano traz um tema que é crucial para todo o Brasil: a saúde pública! Em Jequié não é diferente e, pelo número de pobres que me procuram pedindo ajuda para consultas, exames, transporte para centros maiores, etc., a situação é gravíssima. Reconheço avanços e esforços daqueles que governam e de muitas instituições, mais ainda é muito pouco tendo em vista a gravidade dos fatos. Por isso, gostaria de fazer um apelo para toda a comunidade jequieense para que unamos as forças em vista do bem comum na construção da justiça e da paz. A Paróquia Catedral de Santo Antônio está aguardando uma resposta de apoio do Governo Estadual para um grande empreendimento na área social em nossa cidade. Tomara que aconteça! JN: Padre, qual a importância dos festejos de Santo Antônio para a comunidade católica jequieense? Pe. Vitor A dimensão religiosa é fundamental na vida das pessoas. Naturalmente o ser humano busca Deus, seu fim último verdadeiro. "Minha alma está inquieta, enquanto não repousar em vós", dizia Santo Agostinho. Deus está no homem, e este em Deus. O povo Jequieense é extremamente religioso. Os Festejos de Santo Antônio constitui, a cada ano, uma renovação da fé e da tradição católica em nossa cidade que nasceu sob a proteção de Santo Antônio a quem Deus confiou os cuidados espirituais e temporais dessa terra sagrada. Este ano o Trezenário traz um tema importantíssimo para a sociedade hoje: “Família, torna-te aquilo que és!” Quando alguns anunciam o fim da família, dizem que ela é uma instituição falida, a Igreja Católica continua a defender o valor incondicional da família para o ser humano. Sem a família como instância primeira e insubstituível da formação do caráter da pessoa a sociedade se corrompe e se destrói. É nela que o individuo nasce, cresce e prende a “ser gente de bem”. Os Festejos de Santo Antônio é um acontecimento religioso e cultural. Sendo assim, creio eu, é importante para toda a comunidade jequieense e não só para os católicos. JN: No ano passado algumas pessoas foram contra a colocação de barracas de bebidas e comidas além da apresentação musical através de trio elétrico na Av. Rio Branco, fato que bloqueou temporariamente parte da via. Como o senhor reage às críticas e que medidas foram tomadas para este ano? Pe. Vitor Na verdade, no ano passado, existiu um equívoco embalado por pessoas mal intencionadas ou mal informadas. Nós permitimos a venda apenas e tão somente de cervejas (bebidas frias) além do Barracão da Família e para as barracas da Igreja Catedral e de outras paróquias e/ou paroquianos. As bebidas quentes (“capetas” e Cia) não tem nada a ver com a Festa de Santo Antônio. Essas barracas sempre estiveram na Avenida 2 de Julho e adjacências. Portanto, “daí a César o que é de César”. Já enviamos um comunicado para a Prefeitura Municipal deixando claro que aquelas barracas não estão no perímetro da Festa e nem são da nossa responsabilidade. Quanto às apresentações musicais e culturais, elas voltarão a acontecer no Espaço Cultural Dom Cristiano Krapf. JN: Aqui o senhor poderá fazer um convite aos nossos internautas a participarem deste evento que já faz parte do cenário religioso e cultural da nossa cidade. Pe. Vitor Eu costumo brincar que “da Festa de Santo Antônio só não participa quem já morreu”. Prometo que será uma grande Festa; teremos quermesse e Trezena, apresentações culturais e muita gente bonita para aqueles que ainda não encontraram a cara-metade. Venha e traga a sua família e os seus amigos para participarem da Festa mais antiga da nossa cidade. Rogai por nós, Santo Antônio!