Pe. Antônio Tourinho (Tom) fala conosco sobre a Fazenda da Esperança.

12/11/2013

JN: Pe. Tom, fale um pouco sobre a Fazenda para aqueles que ainda não a conhecem. Pe. Tom: A Fazenda da Esperança completa trinta anos da sua fundação este ano. Atualmente encontra-se em mais de dez países no mundo: Brasil, Alemanha, México, Guatemala, Colômbia, Portugal, Paraguai, Uruguai, Argentina, Angola, Moçambique, Itália, Rússia e Filipinas. Aqui no Brasil se faz presente em todos os estados e em alguns existem centros masculino e feminino. Na Bahia temos duas Fazendas masculinas: uma no Povoado do Quilômetro Cem (Fazenda Chiara Lubichi), município de Brejões e outra no município de São Gonçalo do Retiro (Fazenda Irmã Dulce), próximo a Feira de Santana. Nosso fundador, Frei Hans, costuma afirmar que a Fazenda da Esperança é mais que um centro de recuperação para dependentes químicos. A Fazenda da Esperança é um “santuário da nova evangelização.” Suas portas estão abertas a todos que queiram se aproximar de Deus em qualquer circunstância da vida. A “Esperança” é o nosso carisma. A “Esperança” nos identifica na Igreja e o testemunho da Esperança nos identifica no mundo. JN: Desde que foi criada a Fazenda da Esperança podemos dizer que houve um aumento na colaboração com a instituição ou a solidariedade ainda é precária? Pe. Tom: Antes de tudo, temos que reconhecer - com gratidão - que as Fazendas da Esperança são fruto da divina providência, como diz a Palavra de Deus que nos motiva a cada dia “Buscai em primeiro lugar o Reino dos Céus e tudo será dado de acréscimo.” (Mt. 6,33). Infelizmente aqui no Estado da Bahia o acesso aos poderes públicos (governos municipal e estadual), é quase inviável. Nossas comunidades terapêuticas são alternativas e parece não gozar da credibilidade por parte daqueles que se encontram a frente das secretarias que poderiam nos ajudar. Mas, estamos fazendo o nosso trabalho e tem dado resultados! Acreditem ou não, nossa entidade já tem, em trinta anos de história, um número de mais de 14.000 pessoas recuperadas e reinseridas na sociedade Brasileira e no mundo. Esta é a nossa estatística. Em Jequié e no Povoado do Quilômetro Cem contamos com a colaboração de algumas pessoas que contribuem mensalmente segundo a generosidade e possibilidade de cada uma. Porém, é um número ainda muito reduzido. Vivemos das rendas dos produtos confeccionados pelos jovens, os quais seus pais assumem vender na sociedade, possibilitando manter as nossas despesas mensais. Embora nem sempre conseguimos cobrir os custos e estamos sempre no vermelho. JN: Em diversas partes do mundo há uma nova mentalidade sobre a descriminalização da maconha, inclusive no Brasil – como, por exemplo, com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Como o senhor enxerga essa questão, levando em consideração o uso terapêutico e também a ideia do consumo ser em tese controlado pelo Estado? Pe. Tom: Penso com a Igreja, quando ela afirma que “não se pode permitir de qualquer forma o tráfico, a produção, a legalização e a comercialização das drogas.” A maconha é droga e não há o que se questionar. “A Igreja se opõe ao uso de qualquer tipo de droga, a não ser em casos terapêuticos, quando cabe a ética na medicina decidir se usa ou não em determinadas situações.” JN: Quais são os produtos que são vendidos em prol da Fazenda? E onde podem ser encontrados? Pe. Tom: Depende de cada região do país. Costumamos lançar mãos de matérias primas nativas para confeccionarmos nossos produtos. Aqui na fazenda Chiara Lubichi são produzidos os biscoitos artesanais, doces e salgados, os terços, tempero caseiro com hortaliças cultivadas sem agrotóxicos, detergentes, xarope caseiro com plantas medicinais, além dos ovos de quintal, leitões, mel de abelha do nosso apiário, coelhos, pavões. Temos também os produtos vindos da matriz em Guaratinguetá – São Paulo: Livros, CDs, agendas 2014; xaropes e shampoos extraídos da babosa, etc. Estes produtos são encontrados em nosso escritório, Rua Damião Vieira, Ed. Casa Galvão, sala 101 - Jequié ou na lojinha da Fazenda no Quilômetro Cem. JN: Para aqueles que querem contribuir, de que forma fazer? Pe. Tom: Os que moram em Jequié devem procurar em nosso escritório o carnê do sócio colaborador e mensalmente efetuar sua contribuição. Os que moram fora podem ligar para 73 3525-4640 e solicitar o número da conta bancária da Fazenda podendo fazer depósito imediato. Ou nos localizar pelo e-mail: jequié[email protected]