O poeta José Inácio Vieira de Melo nos conta um pouco sobre a sua história.

10/12/2012

JN: Quem é José Inácio Vieira de Melo? JIVM: Um caatingueiro que vivencia a poesia do Cosmo. Um filho da imensidão, um poeta do Sertão. JN: Como começou a sua relação com a Cidade Sol? JIVM: Sou alagoano de origem. Em 1988, vim morar na Bahia, no município de Maracás, onde permaneci por uma década e criei laços afetivos que perduram até hoje. Logo no primeiro ano, vim visitar Jequié. Aliás, vinha sempre a Jequié, ao menos uma vez a cada quinze dias, para fazer compras ou para ir a algum médico. Na primeira vez que estive em Jequié, ainda em 1988, comprei, na livraria Sol, dois livros que foram de fundamental importância para o meu imaginário poético: Os Peãs, de Gerardo Mello Mourão, e Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa. Outro acontecimento de suma importância em minha vida, que aconteceu em Jequié, foi o nascimento de meus dois filhos: Carlos Moisés, em 2000, quando ainda morávamos em Salvador, e Gabriel Inácio, em 2007, já residindo aqui, na Cidade Sol. Como pode perceber, a minha relação com Jequié começou com dois livros e se consolidou com dois filhos. Qualquer dia plantarei duas árvores por aqui. JN: Desde quando surgiu o seu interesse pela poesia? Já são quantos livros publicados? JIVM: Desde sempre. Desde que eu me entendo por gente. Seis livros publicados. Organização de algumas antologias. Participação em várias antologias no Brasil e em outros países. Coordenação de vários projetos e participação em tantos outros pelo Brasil adentro e pelo mundo afora. No momento estou a divulgar meu novo livro, Pedra Só, nos projetos para os quais sou convidado a fazer palestras e recitais, onde sempre faço, também, meus lançamentos. Neste ano, fiz 15 lançamentos do Pedra Só distribuídos em cidades dos estados de São Paulo, Pernambuco, Bahia e Distrito Federal. Para o primeiro semestre de 2013, recebi convites – e já confirmei minha participação – para eventos em Minas Gerais (Fórum da Letras de Ouro Preto), Rio de Janeiro (Corujão de Poesia), Alagoas (Simpósio Internacional de Artes de Penedo), Paraíba (Semana Augusto dos Anjos), Rio Grande do Norte (Academia Norte Rio-Grandense de Letras) e, claro, na Bahia (diversos eventos em várias cidades). JN: Hoje em dia escritores como Caio Fernando de Abreu, Clarisse Lispector, Charles Bukowski etc. viraram febre nas redes sociais por citações de internautas. Como você avalia esse cenário levando em conta que muitos desses internautas provavelmente nunca leram um livro desses autores e as tomam emprestadas para parecerem mais “profundos”. JIVM: Acho positivo. Antes ler uma frase de efeito do Mia Couto ou um verso famoso do Ferreira Gullar do que não ler nada. Quem sabe se de uma citação o internauta não chegue ao livro? A profundidade vai de acordo com o fôlego de cada um. JN: Quais são os seus projetos para o futuro? JIVM: E o que sei eu do futuro? Apenas vou vivenciando a poesia que me é possível. Um passo de cada vez. Um dia depois do outro.