O jequieense Dado Galvão, é destaque sempre em suas ações humanitárias. Clique e saiba mais
23/03/2022
Dado Galvão enviou cartas a autoridades brasileiras pedindo apoio na mobilização que ocorre por conta do medo que a crise venezuelana caia no esquecimento. Roraima é porta de entrada para migrantes que fogem a crise na Venezuela.
O cineasta baiano Dado Galvão, autor do documentário “Missão Ushuaia”, que trata da crise econômica na Venezuela, iniciou uma mobilização para que o Papa Francisco visite Roraima e veja de perto a situação da migratória. O estado é porta de entrada para venezuelanos que fogem do colpaso humanitário no país natal.
Para registrar a situação na Venezuela, Galvão se vestiu de padre atravessou a fronteira por terra, indo por Roraima, mesmo correndo o risco de ser deportado caso fosse descoberto no país governado por Nicolás Maduro.
O cineasta começou em fevereiro a campanha para que o Papa visite Roraima. Ele enviou cartas para autoridades eclesiásticas do Brasil, ministro das relações exteriores do Brasil, presidente da república, governador de Roraima, senadores de Roraima, além de outros, ex-senadores, deputados federais e estaduais, pedindo ajudar na mobilização da visita do pontífice. (Leia a carta na integra abaixo).
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"Na carta pedimos que o Papa venha ao estado de Roraima, em uma viagem missionária, para mirar de perto a porta de entrada da diáspora venezuelana no Brasil. Acreditamos que a viagem do Papa terá efeito catequético, pedagógico e de visibilidade", afirma.
"Na carta pedimos que o Papa venha ao estado de Roraima, em uma viagem missionária, para mirar de perto a porta de entrada da diáspora venezuelana no Brasil. Acreditamos que a viagem do Papa terá efeito catequético, pedagógico e de visibilidade", afirma.
"Milhares de irmãos e irmãs venezuelanos (as) vagam por vários países latino-americanos, fugindo da fome, miséria, opressão, em busca da dignidade humana, estão presentes nas calçadas, albergues, estradas, debaixo das pontes, no cárcere, de grandes e pequenas cidades, são crianças, jovens, idosos e indígenas", cita trecho da carta.
O filme Missão Ushuaia foi lançado em 2019 mas começou a ser pensado em 2015. O projeto foi reconhecido pelo Parlamento do Mercosul (Parlasul) como de interesse cultural e humanitário.
Leia a carta enviada ao Papa
Vossa Santidade, Papa Francisco.
Quem escreve é Dado Galvão, documentarista de inspiração católica, vivo em Jequié, cidade de mais de 150 mil habitantes no interior da Bahia, nordeste do Brasil, idealizador, (2015), da Missão Ushuaia, Venezuela, reconhecida (39/2019) pelo PARLASUL (Parlamento do MERCOSUL), como de interesse cultural e humanitário.
Rogamos que o Santo Padre realize uma viagem missionária ao estado de Roraima, localizado na região norte do território brasileiro, porta de entrada da diáspora venezuelana.
Milhares de irmãos e irmãs venezuelanos(as) vagam por vários países latino-americanos, fugindo da fome, miséria, opressão, em busca da dignidade humana, estão presentes nas calçadas, albergues, estradas, debaixo das pontes, no cárcere, de grandes e pequenas cidades, são crianças, jovens, idosos e indígenas.
Muitos desses venezuelanos encontram-se no Brasil, onde o Governo Federal, com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e outras 46 organizações da sociedade civil, presta-lhes apoio por meio da Operação Acolhida, que tem por objetivo a interiorização de refugiados e migrantes venezuelanos.
A presença missionária de Vossa Santidade, cidadão argentino, sul-americano e do MERCOSUL, chefe de um estado governado por Deus, trará esperança, luz e visibilidade catequética, pedagógica, diante de tanto sofrimento.
Partilho o conteúdo desta singela carta enviada para Vossa Santidade, com autoridades eclesiásticas brasileiras e outras personalidades, acreditando que juntos podemos em ora(ação) somar esforços para diálogo, mobilização cidadã, solidariedade e ações práticas, na esperança que em breve e na missão o Santo Papa, possa mirar e rezar de perto na Terra de Santa Cruz, pela diáspora que testemunhamos.
Dom Mário Antônio da Silva (bispo de Roraima), Dom Paulo Romeu Dantas Bastos (bispo da Diocese de Jequié - Bahia), Dom Giambattista Diquattro (núncio apostólico no Brasil), Dom Walmor Oliveira de Azevedo (arcebispo de Belo Horizonte - Minas Gerais, presidente da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil), Dom José Antônio Peruzzo (arcebispo de Curitiba - Paraná), Cardeal Dom Frei Cláudio Hummes (Presidente da Rede Eclesial Panamazônica - REPAM) pastor Inácio Lemke (presidente do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs - CONIC), pastor Josias Gomes (Igreja Batista do Jequiezinho, Jequié - Bahia), Jair Messias Bolsonaro (presidente da República Federativa do Brasil), Carlos Alberto Franco França (ministro das relações exteriores do Brasil), Henrique da Silveira Sardinha Pinto (embaixador do Brasil junto à Santa Sé), Eduardo Saboia (diplomata), Eduardo Suplicy (vereador da cidade de São Paulo, ex-senador), Alvaro Dias (senador e ex-governador do Paraná), Pedro Simon (ex-senador e governador do Rio Grande do Sul), Sérgio Petecão (senador do estado do Acre), Chico Rodrigues, Mecias de Jesus e Telmário Mota (senadores do estado de Roraima), Simone Tebet (senadora do estado do Mato Grosso do Sul), Antonio Denarium (governador do estado de Roraima), Humberto Benedetto (parlamentar argentino no PARLASUL), Leur Lomanto Júnior (deputado federal, Bahia), Shéridan Oliveira (deputada federal, Roraima). Antonio Brito (deputado federal, Bahia), Euclides Fernandes (deputado estadual, Bahia), Luciano Huck e José Luiz Datena (apresentadores de televisão).
“O humanitarismo deve estar acima de tudo na vida e em torno da família (...) o sentido da dignidade da vida e da pessoa humana deve estar ao centro de tudo”. (Cardeal Baltazar Porras, arcebispo de Mérida, na Venezuela).
Com fé e na esperança de contar que Vossa Santidade acolha nossas súplicas.
Proteção, saúde, paz e bem. Dado Galvão.
Fonte: G1 Roraima