Nota Pública: Casarão Histórico de Lomanto Júnior é alvo de demolição em Jequié.
17/02/2025
NOTA PÚBLICA DO COMITÊ DE EX-GESTORES MUNICIPAIS DE CULTURA E TURISMO DE JEQUIÉ SOBRE A DEMOLIÇÃO DO CASARÃO DE LOMANTO JÚNIOR
Lomanto Júnior é uma personalidade de expressão nacional. Ingressou na política como vereador (1947 a 1950), tendo ocupado os cargos de prefeito de Jequié (1951 a 1955 / 1959 a 1963 / e 1993 a 1996), deputado estadual (1955 a 1959), governador da Bahia (1963–1967), deputado federal (1971 a 1975 e 1975 a 1978) e senador da República (1979 a 1987)
Lamentamos a demolição de mais um patrimônio histórico e arquitetônico em Jequié, em pleno fim de semana, precisamente neste sábado (15/02). Referimo-nos ao Casarão de Antônio Lomanto Júnior, de propriedade privada, constituindo-se como um dos mais importantes bens culturais do tipo material, situado no coração da cidade de Jequié, na Rua 2 de Julho, esquina com a Avenida Rio Branco.
Neste dia tão triste para a memória local, as estruturas do prédio foram ao chão bem diante dos olhos das autoridades às quais compete atuar para evitar a destruição do patrimônio histórico, nos termos da Lei Municipal nº 2.024/2017 e do Decreto-Lei federal nº 25/1937, culminando, portanto, no desaparecimento do casarão.
Lomanto Júnior é uma personalidade de expressão nacional. Ingressou na política como vereador em Jequié (1947 a 1950), tendo ocupado os cargos de prefeito de Jequié (1951 a 1955 / 1959 a 1963 / e 1993 a 1996), deputado estadual (1955 a 1959), governador da Bahia (1963–1967), deputado federal (1971 a 1975 e 1975 a 1978) e senador da República (1979 a 1987).
Em 2019, o ex-gestor da Secretaria de Cultura e Turismo de Jequié, Alysson Andrade (2017-2020), com esteio na lei local de tombamento do patrimônio histórico (de autoria do Poder Executivo), encaminhou o Ofício nº 365/2019 a um dos netos de Lomanto Júnior, ocasião em que foi proposta a patrimonialização do casarão visando a sua salvaguarda, assim como a criação do Instituto Memorial Casa de Antônio Lomanto Júnior, tendo em vista colaborar para a mais adequada organização e difusão do acervo histórico de um dos maiores municipalistas do Brasil.
De fato, para aqueles que têm a sensibilidade de enxergar a inestimável representatividade do imóvel e do político em questão, à repentina destruição do casarão situado no centro comercial de Jequié gera profunda indignação. Já, para os que consideram somente a face capitalista, resta a visão míope de um trator capaz de desaparecer rapidamente com a memória e com as identidades dos jequieenses.
Por último, frisa-se que, ao ter tomado conhecimento prévio sobre a demolição, o Município de Jequié, no exercício do Poder de Polícia, deveria ter evitado a destruição do casarão, notificando o proprietário sobre o tombamento do bem cultural, ainda que compulsoriamente, de acordo com a lei.
Jequié, 16 de fevereiro de 2025.
Comitê de ex-gestores de Cultura e Turismo de Jequié:
Sergio Brito Mehlem
Benedito Freire Sena
Alysson Andrade de Oliveira
Wenceslau Brás Silveira Nogueira Júnior