Mortes por febre Oropuche preocupam autoridades estaduais de saúde da Bahia

31/07/2024

Na semana passada, a Bahia confirmou duas mortes provocadas pela febre Oropuche. Não havia nenhum registro no mundo de morte por essa doença. As autoridades estaduais de saúde estão preocupadas.

Estado de alerta na cidade de Valença, no Baixo Sul Baiano. Era lá que morava Cláudia Souza, de 24 anos, que morreu por febre Oropouche.

Um inseto é o principal transmissor do vírus que pode causar a doença. É o culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, que se prolifera em lugares úmidos e com materiais em decomposição. O aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, é 20 vezes maior. Os sintomas da dengue e da Oropouche são parecidos.

"Dor de cabeça, dor nos olhos, febre. Não é uma febre tão alta, mas você tem febre. A resposta imune do Oropouche, ainda não conhecemos. Como é que nossas células estão respondendo ao ataque desse vírus? Então, isso precisa ser melhor investigado e analisado”, explica Gubio Soares, virologista da UFBA.

Ministério da Saúde registrou mais de 7,2 mil casos em 2024. A maior parte no Amazonas e Rondônia.

Como a Bahia não tinha registros de febre Oropouche, só depois da circulação de casos em outras regiões do país é que o Laboratório Central do Estado passou a investigar a doença. A primeira notificação foi em março de 2024. Desde então, já são mais de 830 casos.

A maioria no sul e baixo sul baiano - região das mortes confirmadas: duas mulheres com menos de 30 anos e sem comorbidades. Segundo o Ministério da Saúde, até então, não havia relato na literatura científica mundial sobre a ocorrência de mortes pela doença. E investiga-se se as mortes causadas pela febre do Oropouche têm relação com uma versão mutante do mosquito.

 

"Por ser uma doença, até então, nova dentro do nosso estado e uma vigilância que está sendo estruturada. O Ministério da Saúde está junto aos estados que apresentam a detecção desse vírus, estabelecendo reuniões, uma comunicação bem fluida e contínua justamente para que nós tenhamos todas as orientações necessárias para que nós venhamos a repassar para os municípios”, diz Sandra Oliveira, coordenadora de Doença de Transmissão Vetorial.

A orientação básica dos Ministério da Saúde é a mesma da dengue: acabar com os focos de mosquito e procurar atendimento nos primeiros sintomas.

G1