Jequieense Dado Galvão vai gravar documentário sobre a Venezuela. Por Bruno Porciuncula.
31/07/2015
O cineasta baiano Dado Galvão, natural de Jequié, prepara uma saga para este ano. Ele vai até a Venezuela em novembro para acompanhar as eleições presidenciais do País e gravar o documentário Missão Ushuaia. O nome do documentário remete ao protocolo homônimo assinado por todos os países que ingressam no Mercosul.
Dentre os pré-requisitos para fazer parte do bloco ecônomico sul-americano, está o respeito à democracia. "O nosso documentário vai seguir essa linha. Se realmente há a violação de direitos humanos e não há segurança na Venezuela, o que ela faz no Mercosul? Por muito pouco o Paraguai foi retirado, após o impeachment de Lugo, e depois foi analisado que seguiu-se a constituição paraguaia", explicou Dado, que mantém o site Missão Ushuaia com matérias sobre questões venezuelanas. Clique aqui e confira o vídeo promocional.
Dado diz ter como objetivo "deixar claro que nem ditadura de esquerda, nem de direita servem à democracia". Ele vai para o País ao lado do fotógrafo paraibano Arlen Cezar. Ambos serão ciceroneados pela ex-modelo e estudante Sairán Rodrigues, de 21 anos, que ficou presa por 5 meses e chegou a ficar 55 sem ver o sol por fazer oposição ao presidente Nicolás Maduro. "Vamos falar com diversos venezuelanos, especialmente com os jovens que foram presos e ainda continuam lutando pela questão da democracia no País", afirmou Dado.
A hospedagem é a única coisa certa. Dado ainda está captando recursos para as passagens aéreas. "Anunciamos nas redes sociais e muita gente fez contato tentando passagens. Tem muitos amigos engajados em ajudar, mas até o momento estamos sem resposta".
Mais política
Este é o terceiro documentário de Dado. O primeiro, Conexão Cuba-Honduras (2013), resultou na visita da blogueira cubana Yoani Sánchez ao Brasil, e a Feira de Santana, onde foi vaiada.
Ele também gravou o Missão Bolívia (2014). Nesse documentário, ele pretendia entrevistar Roger Pinto Molina, senador boliviano asilado na embaixada do Brasil no País. Para conseguir, contou com ajuda de políticos e advogados para levarem Molina de carro de La Paz até Corumbá, cidade mais próxima da fronteira da Bolívia. "A gente não conseguia autorização para entrevistá-lo na embaixada. Isso foi um absurdo".
Dado usou como exemplo o caso de Julian Assange, que estava na embaixada do Equador em Londres e deu entrevista coletiva aos jornalistas, para criticar a atitude da embaixada do Brasil. "A Contituição é deixada de lado por conta de uma ideologia política", afirmou.
Bruno Porciuncula / Jornal A Tarde