Jequié: arrasada, desfigurada e abandonada! Por Lucas Ribeiro.

27/12/2014

O elevado índice de rejeição do governo da prefeita Tânia Brito, somado as constantes manifestações públicas realizadas pela sociedade civil organizada e as inúmeras denuncias feitas ao Ministério Público por diversas entidades, ainda não tem sido suficientes para provocar nenhuma reação propositiva no atual governo. Ao que parece, a inércia do executivo, está fundamentada na certeza de que a perpetuação no poder depende, exclusivamente, da cooptação do legislativo, da manipulação dos meios de comunicação e, sobretudo, do controle da máquina administrativa. Mecanismos estes, já plenamente dominados. Enquanto a iniciativa privada faz vultosos investimentos na cidade, seguindo a esteia do desenvolvimento econômico do país, notamos a incapacidade dos gestores do município de aliar suas ações às proposições dessas grandes empresas que, além de dinamizar e potencializar a economia, também geram infinitas possibilidades de parcerias e outras formas de articulações socioeconômicas. Entretanto, para que isso aconteça, é necessário que o fisiologismo barato ceda lugar ao empreendedorismo eficiente e ao respeito pelo erário público. Contudo, andando pela cidade, percebemos a falta de compromisso e de responsabilidade dos políticos que nossa gente elegeu: ruas esburacadas, escolas abandonadas, centros de saúde sucateados, equipamentos culturais fechados, índice de violência elevado, instituições filantrópicas desassistidas e muita propaganda enganosa sendo produzida e disseminada. Sobre essas condições, a população carente que residente nas áreas periféricas, é a que mais sofre. Crianças e adolescentes, desassistidas pela ausência de projetos sociais, são facilmente cooptadas pelo mundo do crime. Adultos desempregados, não encontram meios para se capacitarem profissionalmente. Idosos sofrem com a falta de um sistema de saúde de qualidade, em suma, toda sociedade encontra-se desamparada diante da incompetência generalizada dos nossos governantes. Não podemos aceitar a desmoralização do Instituto Previdenciário – IPREJ, nem a falta de transparência nos processos licitatórios. Exigimos à reabertura do Museu Histórico João Carlos Borges, a conclusão da interminável obra de cobertura da Quadra do Viveiro, a revitalização das Velas Culturais e a recuperação da Casa de Cultura Pacifico Ribeiro. Queremos postos de saúde bem equipados, escolas estruturadas e mais áreas de lazer para nossas crianças. Em suma, a lista só parece extensa, em decorrência da imensurável incapacidade dos atuais gestores do município em garantir o básico. É preciso que a sociedade se manifeste de maneira ainda mais expressiva: reivindicar direitos, lutar pela garantia dos que já foram conquistados, participar politicamente das discursões que vêm sendo fomentadas, integra-se às manifestações, são atitudes necessárias para que possamos pressionar esse governo a agir de acordo com os interesses da população. Entretanto, jugamos incipiente a participação das instituições de nível superior, que parecem alienadas diante dessa fatídica realidade. Da mesma maneira, a classe artística, que se abstendo dos debates, não terá, depois, condições de exigir o que lhe é de direito. Quanto aos sindicatos, esses precisam ampliar sua pauta de reivindicações, incorporando as suas bandeiras de lutas, questões que são do interesse de todos os cidadãos. O lideres sindicais precisam falar para toda sociedade e não apenas para a categoria que representam. Jequié precisa reinventa-se! Lucas Ribeiro Novaes Psicólogo, Especialista em Saúde Mental e Professor.