É triste constatar que perdemos a tranqüilidade em viver em Jequié e no Brasil. São assaltos à mão armada, arrombamentos, crimes e falta de respeito à pessoa humana em praticamente todos os lugares. Já não temos mais paz em nossas residências e nos nossos lugares de trabalho. E falo de própria experiência. Apesar de viver em uma cidade de médio porte, minha residência já foi arrombada várias vezes. Fui um dos primeiros a usar cerca elétrica na cidade. Hoje, praticamente todos que podem, têm cerca elétrica para proteger seus patrimônios contra os vândalos. Agora, além da cerca, tenho cachorros, videocâmaras e alarmes. Recentemente tive a clínica arrombada e equipamentos de dois consultórios oftalmológicos foram levados. Lâmpadas de fenda, oftalmoscópios diretos e indiretos, lensômetro, refratores e tonômetro de Goldman foram afanados. São nomes e aparelhos que muita gente não conhece e não sabem para que servem. Daí a constatação de que quem afanou tais equipamentos faz parte de uma quadrilha especializada no roubo de equipamentos oftalmológicos. E é lógico que deve haver receptadores, pois se assim não fosse, tantos aparelhos não seriam roubados. Já foram vítimas colegas de Vitória da Conquista, Itabuna, Ilhéus, Salvador e tantas outras cidades do Brasil afora. Já houve até assassinato de oftalmologista, quando este tentava defender seu patrimônio. O triste é saber que estão roubando o instrumento de trabalho de pais de família que muito trabalharam para adquirirem tais equipamentos, para ajudarem outros tantos a enxergarem melhor. Mas este é o país que amamos. E isto nos faz mais fortes para continuar a luta. Mas temos que ter a coragem de, pelo ao menos, nos indignar. Nos indignar contra a falta de segurança, que deveria ser dever do Estado. Infelizmente este é o nosso Brasil que tanto amamos. Mas restando a indignação, resta muito. O Brasil é a terra de nossos antepassados, de nossos pais e de nossos filhos. Precisamos levantar a voz, num uníssono CHEGA! E partirmos para a luta contra a injustiça em todos os níveis. Vamos tentar conscientizar cada pessoa que encontrarmos, no intuito de construirmos um país mais digno para nós e para nossos descendentes. Ivonildo Calheira