IMPULSO. Por Carlos Éden Meira.
11/01/2008
Não,
Não é a pretensão do “ser”,
Nem a ambição do “ter”
Que aqui se agitam.
É o desesperado e inexorável
Impulso, do fazer por fazer.
São as palavras que fluem
E saltam afoitas, para o papel,
Sem nenhum pudor,
Ou um mínimo senso crítico.
Ali, se espalham
Agressivas, caóticas,
Românticas, ingênuas,
Ou medíocres, meras banalidades.
Refletindo ali, o autor e suas limitações.
É como uma hemorragia verbal
Que sangra e se derrama,
Tingindo com as cores
Pigmentadas de metáforas,
A brancura da página submissa e receptiva.