DICINHO é um artista plástico de renome na cultura brasileira. Teve participação no movimento do tropicalismo no final dos anos sessenta ao lado de grandes artistas. Fez capas de discos para Gal Costa e ainda foi citado em uma canção de Roberto Carlos feita exclusivamente para a cantora. Participou do Grupo de Oficina do diretor de teatro José Celso Martinez. Produziu cenários de show e expôs sua arte por todo o país. JN: Quem é Dicinho? Dicinho: Sou jequieense (apesar de não residir aqui há muito tempo amo muito esta minha cidade), artista plástico e posso assim dizer que respiro arte o tempo todo em minha vida. JN: Jequié ontem e hoje. Dicinho: É difícil falar principalmente após a chegada da tecnologia; as coisas ficaram mais rápidas, mas não no que se refere à cultura. A Jequié antiga era mais sedutora, tínhamos mais opções de teatro, cinema... Inclusive acho uma tristeza uma cidade com mais de 150 mil habitantes não possuir uma sala de projeção cinematográfica. É necessário tomar providência imediata em relação a este fato. Outra coisa lamentável é a questão do esporte jequieense, ele está muito fraco, precisa ser revitalizado, receber recursos que seja considerável. Seria interessante direcionar planos para projetos infantis, principalmente para que esta nova geração se habitue mais com consumo diário de cultura, que crie uma pulsação na cidade e as pessoas possam se encantar, não só os moradores como também os que por aqui passam. Se cuidarmos mais da nossa cidade em relação à arte e cultura ela se torna muito mais interessante. JN: Um momento para eternizar. Dicinho: Gostaria muito de criar em um destes morros de Jequié uma imensa réplica de Santo Antônio para que através deste simbolismo ele fique o tempo todo cuidando da cidade. Tenho fascínio muito grande pelos Santos e em especial pelo padroeiro de nossa cidade. JN: Uma mensagem para os nossos internautas. Dicinho: Cuidem imediatamente, quase que em regime de urgência, da arte e cultura, principalmente a nova geração e em especial as mulheres, pois elas contribuem muito para a existência da arte no planeta. Aproveito o espaço e agradeço aos meus conterrâneos a maneira gentil e o maravilhoso acolhimento.