Em Jequié, um problema ou solução?

11/09/2011

Com a proximidade da primavera o calor já começa a sinalizar como será o verão em Jequié. As altas temperaturas trás um alerta, mostrando que o meio ambiente deve ser priorizado. Uma cidade cortada por um rio perene com águas impuras nem de longe se faz lembrar a Jequié de tempo distante, onde crianças se divertiam tomando banho nas águas frescas e brincando nos areões do Rio das Contas. O interesse pelo meio ambiente e pelos problemas relacionados com os resíduos sólidos tem resultado em questionamentos por parte de todo o mundo. Diante do quadro nacional de escassez de recursos financeiros e do grande déficit no setor de planejamento, os problemas se avolumam, sobretudo no campo do saneamento e da saúde pública, ficando os resíduos sólidos relegados a um plano de importância secundária. No que concerne ao tratamento dos resíduos, as instalações convencionais requerem grandes investimentos e altos custos de operação, inacessível ao município de Jequié. Com o fechamento do lixão em 1999, 40 famílias de catadores foram deslocados do seu local habitual de trabalho, não possuindo outra atividade para subsistência. Assim, os catadores propuseram às autoridades municipais a criação de uma cooperativa com objetivo de gerar trabalho e renda. Nasce assim a COOPERJE, Cooperativa de Catadores do Município de Jequié. Com o desenvolvimento econômico do município em plena expansão, cresce proporcionalmente a quantidade de resíduos urbanos. Com essa adesão houve a necessidade de intervenção pública por um espaço sócioambiental mais equilibrado, exigindo assim novas formas de gestão dos serviços urbanos, sugerindo eficiência, equidade e políticas públicas voltadas para a melhoria da qualidade ambiental urbana e regional. Atualmente a participação da comunidade na busca de soluções para problemas como esses é um dado positivo, e a coleta seletiva configura-se como alternativa. O trabalho realizado pela COOPERJE, além de constituir um bem ao meio ambiente com a coleta de resíduos recicláveis, também faz um resgate à figura do catador, viabilizando a conquista de uma profissão e o reconhecimento do seu desempenho como cooperado. Por Emily Moy