Deus. Por Neubera Kundera.
26/04/2008
Colagens atômicas de prótons e nêutrons, cogumelos e desejos, me dão medo.
Bem no meio da Ciência eu me lanço e perco.
Pra onde vão usados fósforos, fossas, fósseis e cabelos?
Pra qual céu sobem os ratos, os chatos, insetos ou camelos?
Enterros e enchentes. Enchemos!
Fodem, morrem, sem saberem existir em Deus. Quantos anos, campos, corpos?
Polêmicas cometeu e só a inteligência nos deu. Isso difere, interfere?
Quero a química que minha pele não repela.
Repelente para pobres ou doentes, sem pena, viverem em plenitude,
a graça em atitude contra a miséria de gente decadente.
Deus apareça! Acabou a brincadeira.
Picula, quebra-pote, quebra-cabeças, paulada em qual cabeça?
E continuam atarraxando a porca, fazendo-nos de besta.
Deus bata logo essa marreta! Nem precisa trombone, trompete ou trombeta.
Nem boneco de Olinda animando minha linda cinza de quarta-feira.
Desça, cresça e de novo desapareça, mas não deixe solos desnutridos de beleza.
Só nos restam a Farmacêutica, comprimida para aliviar vidas espessas.
Olhe lá, Deus, não se esqueça.
(24/02/08)
Neubera Kundera
Psicólogo e Poeta, lançará seu primeiro Livro de Poesias no próximo semestre.