Caroline Brito, Diretora da APLB Sindicato (Jequié), conversa conosco.
21/05/2015
JN: Como se encontra atualmente o caso do professor Lelito Caictano Lopes, envolvido recentemente em agressões numa escola municipal da cidade?*
Caroline: O professor foi afastado da sala de aula por recomendações médicas. No momento ele se encontra abalado e sem condições de trabalhar. Ele também está no aguardo de uma reunião com os Diretores da APLB Sindicato, representantes do Departamento Administrativo e Departamento Pedagógico da SME (Secretaria Municipal de Educação) para discutir as providências necessárias com relação à garantia dos direitos dele.
JN: Houve alguma medida por parte da Secretaria Municipal de Educação a fim de evitar que novas situações desse contexto ocorram?
Caroline: Oficialmente, a APLB Sindicato não recebeu nenhuma resposta com relação às providências sobre o caso do Professor Lelito, mas ainda nesta semana iremos nos reunir com representantes da SME, como já foi dito anteriormente, para alinharmos as providências dessa situação. Em uma audiência com o Secretário Municipal de Educação, na semana passada, nós do Sindicato, cobramos uma política, por parte da SME, que garanta a segurança nas escolas públicas municipais e que se criem medidas para discutir o tema e parcerias com outras instituições que ajudem a prevenir delitos e excessos com mais eficácia. O Secretário de Educação informou aos representantes do Sindicato que foi firmado um convênio entre a Prefeitura Municipal de Jequié e Polícia Militar, em que a gestão fornece o combustível e até o carro para que seja feita a Ronda Escolar de forma constante nas escolas da Rede Municipal. Também fechou o convênio com o PROERD (Programa da Policia Militar), que já está sendo executado em algumas escolas.
JN: Qual a sua opinião sobre essa postura agressiva que os alunos vêm tendo com os professores nos últimos tempos?
Caroline: Quero salientar que essa situação de agressividade de alguns estudantes é um fato isolado, não podemos generalizar e dizer que todos os estudantes estão agressivos, há situações - e não é uma regra – mas, essas situações nos exigem uma atenção especial para que futuramente não se tornem fatos do cotidiano.
É importante que se trace ações, como envolver a equipe e a comunidade em um debate permanente sobre o assunto e criar um grupo representativo de todos os públicos da escola para mapear os pontos mais frágeis e discutir as possíveis soluções em conjunto. Paralelamente, pequenas ações - como ter um porteiro atento nos horários de entrada e saída dos alunos, abordar a violência nas reuniões de pais e promover palestras preventivas com as famílias - podem fazer a diferença.
JN: Este espaço está aberto para você mandar uma mensagem de conscientização para todas as famílias que nos lê nesse momento.
Caroline: É essencial o envolvimento dos representantes dos diversos segmentos da comunidade escolar (direção, alunos, pais, funcionários, professores, Conselho escolar, vigilantes) com o objetivo especialmente de formar um grupo, cuja função principal é pensar em ações educativas e melhorias na infraestrutura que garantam a segurança interna, bem como em projetos que promovam a cultura de paz.
Esse grupo, a partir do diálogo, encaminhará as possíveis soluções aos problemas que aparecerem e manterá contato com os órgãos competentes – Secretaria Municipal de Educação, Conselho Municipal de Educação, Ministério Público, Conselho Tutelar, organizações não governamentais (ONGs) e outras instituições - para que a escola tenha um canal de interlocução em que as queixas da comunidade em relação à segurança sejam colocadas e debatidas. É preciso a participação de todos.
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