Carga de urânio gera grandes protestos por parte da população.
19/05/2011
Nos últimos dias o Centro-Sul baiano vive uma grande agitação. Na região, mais especificamente em Caetité, distante 757 quilômetros de Salvador, é extraído o urânio que abastece as usinas nucleares de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Todo tumulto começou por conta de uma carga de 90 toneladas de urânio que chegou à cidade, mas foi impedida por conta de um grande protesto por parte da população, dentre eles a Pastoral do Meio Ambiente e outras Ong’s ambientalistas, indo então para a sede do 17º Batalhão da Policia Militar, na cidade de Guanambi, que fica a 40 km de Caetité.
A Indústria Nucleares do Brasil (INB) é uma indústria estatal, responsável pela extração do material nas minas da região e dona dos contênieres com o produto. Segundo a mesma, toda carga é proveniente do Centro de Experimental de Aramar, em Iperó, no interior de São Paulo, sendo um composto de urânio, e todo o transporte estando dentro da legalidade. Ao contrário dos que dizem os ambientalistas, alegando que se trata de lixo radioativo.
O Prefeito de Caetité, José Barreira, informou através da sua assessoria, que a prefeitura não foi comunicada da chegada dos contênieres e que acionou a assessoria jurídica do município para garantir a integridade dos moradores. O prefeito de Guanambi, Charles Fernandes, solicitou a imediata retirada do elemento radioativo para local de acordo com as normas técnicas determinadas pela Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear).
A Comissão Pastoral do Meio Ambiente recorreu aos ministérios públicos estadual e federal, mas as entidades não se manifestaram, conforme informa o Jornal A Tarde na edição desta quinta-feira (19). A INB, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, ameaça entrar com pedido na Advocacia Geral da União para liberar o transporte do material por meio de um mandado de segurança.
É certo que todo este imbróglio não poderá ser perdurar, já que o centro do problema é uma carga altamente tóxica, extremamente nociva à população.
Editor
Dimas Lelis