Blog Jequié e Região: A festa que não deixou saudade.
25/02/2015
Vamos direto ao assunto. Se dependesse da administração municipal que aí está, o São João de Jequié, de agora em diante, continuaria do mesmo jeito que foi realizado este ano. Os atuais governantes não conseguem enxergar o São João como investimento. Eles acham que é gasto e que não gera resultado para a cidade, atitude considerada totalmente equivocada.
Quem defende a festa como era antes, sugere comparar a arrecadação deste mês com junho dos anos anteriores. Graças ao São João, o nosso Município sempre conseguia ficar entre as cidades com maior receita no estado da Bahia. Infelizmente, a mentalidade das pessoas que fazem a atual administração municipal não enxerga nada disso ou tem interesses outros para acabar com o grande São João de Jequié. Fala-se acabar porque uma das principais marcas do atual governo, na opinião geral, é a falta de sensibilidade para manter o que a cidade tem. Vale lembrar o fechamento do PA do Campo do América, do Museu e agora surgem comentários de que o IPTU será instalado na Casa da Cultura Pacífico Ribeiro.
Vamos analisar fatos. Nos anos anteriores, o índice de ocupação dos hotéis de Jequié era de 100% ainda no mês de maio. A própria Prefeitura criava um site e era anunciado nas emissoras de rádios a disponibilização de casas para aluguel e mesmo assim muita gente ficava em casa de amigos. A nossa cidade atraia pessoas de todos os lugares. Era difícil circular de carro no centro. A prefeitura fazia apelos para os empresários deixarem seus veículos em casa para sobrar estacionamento para os visitantes.
SÃO JOÃO VAI ALÉM DE UMA FESTA
É preciso entender que o São João vai muito além de uma festa e que ela não é um gasto e sim investimento e quando é feito com planejamento impulsiona a economia. Antes era assim: Ganhava o taxista, o mototaxista, a empresa de ônibus, o barraqueiro, o pipoqueiro, quem vende roupa, sapatos, alimentos, os donos de gráfica, etc. Com o aumento da arrecadação, ganhava todo mundo. Inclusive, é bom destacar, o povo que tanto sofre toda sorte de mazela também tem o direito a momentos de lazer.
Naturalmente, que a opinião das pessoas que aprovam a festa do jeito que foi feita deve ser respeitada, mas as criticas que a prefeita Tânia Brito e seus conselheiros estão sofrendo também devem ser levadas em conta, afinal, reivindicar o melhor para a sua cidade não é falar mal, não é a critica pela critica. Pelo contrário. É uma maneira de contribuição para ‘o fazer melhor’.
PARCELA DA POPULAÇÃO SE CONTENTA COM POUCO
Infelizmente, temos um grande problema: o comodismo. Alias dois problemas; o outro é o fato de parcela da população se contentar com pouco. No momento em que o gestor se prontifica a fazer alguma coisa tem de fazer do bom e do melhor para o povo. Por exemplo. É inaceitável a Prefeitura não contribuir com a decoração da cidade. Essa providência deve ser tomada ainda no mês de maio para ser entregue no dia primeiro de junho. É o minimo que o governo deve fazer em beneficio de um segmento que tanto colabora com o progresso de Jequié. O que seria de nossa cidade se não fosse o comércio?
VALORIZAÇÃO É PAGAR CACHÊ JUSTO
Não se defende, aqui, gastos de R$ 2 milhões ou mais. Não. A população é contra a prefeitura gastar milhões, mas também é contra a prefeitura pagar cachês bem abaixo da realidade de mercado por uma apresentação e ainda sair dizendo que esta é uma política de valorização do artista da terra. Não é por aí. Valorização é pagar cachê justo - nem mais, nem menos. Pagando um preço justo estará a administração de fato valorizando o artista da terra. Além disso, deve pagar em dia porque os artistas de fora somente sobem ao palco com o dinheiro na mão.
Acompanhando a repercussão da festa, chega-se a conclusão que seria honroso a gestão admitir que agiu de forma equivocada e pedir desculpas ao povo por isso. Ficaria mais bonito do que o que alguns membros da administração vêm buscando, ou seja, subestimar a inteligência das pessoas, deixando transparecer que o governo está pouco se importando com os resultados de um evento, que ao longo dos últimos anos, colocou Jequié entre os principais roteiros turísticos da Bahia.
Outra coisa. Será que a Prefeitura vai pegar o dinheiro que seria aplicado no São João e investir no trânsito, com a modernização e ampliação dos semáforos e na organização dos espaços para estacionamentos com a implantação da zona azul? Será que até dezembro, o PA do Cansanção estará em pleno funcionamento? Acreditamos que todos têm a resposta para essas perguntas.
Blog Jequié e Região – Souza Andrade.