Bancários entram em greve em 18 Estados e no DF a partir do dia 30.

26/09/2014

Os bancários decidiram, em assembléia na noite desta quinta-feira (25), entrar em greve a partir do dia 30 de setembro em 18 Estados e mais o Distrito Federal. A paralisação foi aprovada nas capitais de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis e Campo Grande. Também foi aprovada a greve nos Estados de Alagoas, Mato Grosso, Piauí, Ceará, Pará, Roraima, Acre, Sergipe, Espírito Santo e Rio Grande do Norte. Os sindicatos aprovaram greve nas regiões de Campinas (SP), Apucarana (PR), Guarapuava (PR), Cornélio Procópio (PR), Londrina (PR), Juiz de Fora (MG), Joaçaba (SC), Chapecó (SC), Limeira (SP), Piracicaba (SP), Uberaba (MG), Angra dos Reis (RJ), Baixada Fluminense (RJ), Sul Fluminense (RJ), Três Rios (RJ), Itaperuna (RJ), Teresópolis (RJ), Macaé (RJ), Campina Grande (PB), Rondonópolis (MT), Barra das Garças (MT), Dourados (MS), Itabuna (BA), Vitória da Conquista (BA), Camaçari (BA), Feira de Santana (BA), Ilhéus (BA), Jacobina (BA), Jequié (BA), Juazeiro (BA) e Vale do Paranhana (RS) No total, a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) representa 134 sindicatos no país. No Brasil, há cerca de 500 mil bancários. Apenas em São Paulo, Osasco e região são 142 mil funcionários. A categoria pede reajuste real (acima da inflação) de 5,8% e rejeitou a proposta dos bancos de aumento de 0,61% acima da inflação de 6,35% (INPC). No ano passado, o reajuste alcançado foi de 8% –1,82% acima da inflação. A greve começa na próxima terça, menos de uma semana do primeiro turno da eleição presidencial e nos Estados. No ano passado, a greve durou 23 dias. Se isso se repetir, chegará próximo ao segundo turno da eleição, marcado para o dia 26 de outubro. A maior greve foi em 2004, quando a categoria parou por 30 dias. REIVINDICAÇÕES Segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (filiado à CUT), ocorreram sete rodadas de negociação com os bancos. O reajuste apresentado foi de 7% diante de uma inflação de 6,35%, o que representa ganho real de 0,61%. Para os pisos, a proposta dos bancos é de aumento de 7,5% -1,08% acima da inflação. Além do reajuste, a categoria pede 14º salário, piso salarial no valor de R$ 2.979,25 (salário mínimo do Dieese), PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de três salários base mais uma parcela adicional fixa de R$ 6.247. Também pedem vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche no valor de R$ 724, o salário mínimo nacional, entre outras reivindicações. A categoria é uma das poucas com convenção coletiva de validade nacional. Segundo os bancários de São Paulo, a categoria conseguiu aumento real, no acumulado entre 2004 e 2013, de 18,3% -sendo de 3,08% (2010), 1,5% (2011), 2% (2012) e 1,82% (2013) acima da inflação. “Os bancos que atuam no Brasil continuam tendo a mais alta rentabilidade de todo o sistema financeiro internacional. Somente os seis maiores tiveram lucro líquido de R$ 56,7 bilhões em 2013 e mais R$ 28,5 bilhões no primeiro semestre, graças em grande parte ao empenho e à produtividade dos bancários”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do comando nacional de negociação dos bancários. “A média dos ganhos reais das categorias que negociaram no 1º semestre foi de 1,54%. Os bancos têm rentabilidade bem mais alta que outros setores, com condições de aceitar as reivindicações dos trabalhadores. Não queremos só aumento real, mas melhores condições de trabalho”, disse Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região. Na segunda (29), os bancários fazem nova rodada de assembleias pelo país para organizar a paralisação. Procurada, a Fenaban (Federação dos Bancos) não quis comentar a decisão pela greve. GREVE DOS BANCÁRIOS/2014 DATA-BASE 1º de set INFLAÇÃO NO PERÍODO 6,35% QUANTO GANHAM Piso de R$ 1.648 (Caixa) O QUE QUEREM 12,5% (5,4% real) CONTRAPROPOSTA 7% (0,61%) Fonte: UOL