JN: A velocidade das informações sobre a pandemia,pela mídia, aumenta o sentimento de ansiedade e exaustão mental?

Carolina: Sim, o excesso de informação sobre um vírus potencialmente fatal, de rápida disseminação e origem pouco desconhecida, acabou afetando o bem-estar psicológico de muitas pessoas. A preocupação com o que iria acontecer durante a pandemia, o medo de se contaminar, a possibilidade de morte, a instabilidade no emprego e incerteza sobre o futuro criou um quadro de ansiedade, e não apenas a ansiedade comum, mas o transtorno. 

JN: Como lidar com a saúde mental durante a pandemia?

Carolina: Filtrando ou evitando o excesso de informação. Como a pior fase já passou, e sabemos o que pode ser feito para evitar que a infecção se propague, temos que continuar fazendo nossa parte e seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde. É importante também fazer exercícios físicos, criar uma rotina em casa ou um cronograma para o trabalho remoto, adaptar as atividades prazerosas ao isolamento e tentar fazer com que a vida siga o ritmo de antes, da melhor maneira possível, conhecendo os seus limites. 

JN: Quais as consequências psicológicas que esta crise pode ocasionar em algumas pessoas?  

 Carolina: O isolamento forçado vem causando uma série de sintomas, os principais são: ansiedade, baixa energia, procrastinação, solidão, irritabilidade, hiperatividade, dificuldade nos relacionamentos, compulsões e preocupações. Por isso que é muito importante procurar ajuda psicológica quando  o indivíduo percebe que a carga emocional está grande e ele não consegue lidar sozinho com os problemas. 

JN: Quais dicas para controle da ansiedade você poderia nos dar?

Carolina: Viver o aqui e o agora, evitar a autocobrança, fazer exercícios de respiração e relaxamento com frequência, fazer meditação, cuidar de si mesmo e da sua alimentação. 

 Concentre-se nas coisas que realmente estão sob seu controle e crie planos de ação para resolvê-las. 

JN: Como recuperar a “sanidade” depois que isso tudo acabar?

Carolina: Tentar voltar aos poucos a sua rotina normal, fazendo as atividades que mais gosta e sente prazer; e procurar ajuda psicológica quando perceber que as suas emoções não estão bem e estiverem oscilando ou que você não consegue controlar/lidar sozinho.