A morte separa corpos e une almas. Por Luzmar Oliveira.
02/11/2012
A morte separa corpos e une almas. Espero que a sua dor seja suportável. Que a saudade se acomode e que, aos poucos, se transforme em lembrança.
Dizem que a morte faz parte da vida. Mas não é verdade. É a vida que faz parte da morte, pois ela é transitória, e a morte é eterna. Sim. Pois a morte é, na verdade, a verdadeira vida enquanto a reencarnação, a romagem terrena, é uma prova, um ensaio, um período de exilio da nossa pátria original. Nós nos ausentamos de casa por determinado tempo a fim de aprendermos, de crescermos e poder passar de ano. E, para que isso não se torne um amargo castigo, Deus nos dá por companhia afetos eternos que se chamam pais, irmãos e amigos.
Um dia o estagio termina, cumprimos o calendário escolar e voltamos para casa como aquele estudante que saiu para se formar em outra cidade. E partimos para o universo paralelo, para onde outros amigos e familiares nos esperam e festejam o retorno com carinho e ternura como no momento de nascimento na Terra. Só que há uma diferença: aqui a gente não reconhece o chegante. Lá não há desmemoria. Todos se identificam.
Fica do lado de cá a saudade de quem se foi. Mas a certeza de que, um dia, se o merecermos, voltaremos a nos abraçar e andar lado a lado pela mesma estrada.
E do outro lado há a mesma alegria do renascer, do reencontro, da volta ao lar!
Por isso afirmo que a morte não existe. Que não há adeus nessa partida, apenas um “até breve”! E enquanto o tempo aqui parece lento nessa ânsia do reencontro, do lado de lá não há tempo cronológico, apenas tempo de aprender e crescer!
Choremos nossos mortos, mas que sejam apenas lágrimas de saudades, lágrimas de uma breve separação como a do filho que deixa a casa para estudar em outra cidade ou pais. E deixemo-los ir! Que partam, pois já cumpriram a meta proposta e é hora de novas trilhas, novos momentos e aprendizados. Que partam sem mochila, sem mágoas, sem culpas e assim, sigam seu rumo em direção a uma luz maior, a luz do Pai que os recebe de novo em casa.
E que choremos a saudade que se fará lembrança um dia! E que as lágrimas sequem e, em seu lugar, fiquem os momentos de amor e ternura em nossa mente e coração.
Que assim seja! Pois nascemos aqui sabendo que um dia retornaremos ao lar!
Luzmar Oliveira